"O segredo é não correr atrás das borboletas. É cuidar do jardim para que elas venham até você. " Mário Quintana

sexta-feira, 12 de março de 2010

Vivekananda e o porta-jóias vazio

“Essas coisas vêm abaixo, são construídas sobre areia, não permanecem por muito tempo. Tudo que tem o egoísmo como sua base, a competição como seu braço direito e a diversão como seu objetivo deve morrer, cedo ou tarde.”
Swami Vivekananda, o autor da frase acima, trouxe ao ocidente preciosas instruções para o desenvolvimento da Consciência que se resumiam na palavra Yoga, que significa a união da alma individual e da Alma Universal, chamada Deus. Vivekananda ensinou Vedanta, que na análise final não é nem religião nem filosofia, mas uma experiência, embora aceite ambas como correspondentes aos diferentes níveis de evolução espiritual.
Tenho tentado, ao longo destes anos de busca, compreender este equilíbrio entre a materialidade e a espiritualidade, motivo da vinda de Vivekananda ao Ocidente, mas confesso que me atrapalho um bocado neste desafio.
Nosso esforço americanizado e robotizado pelo “sucesso” me soa por vezes bem triste. Livros/Manuais que ensinam a ter sucesso, “ser orientado para o futuro”, conhecer leis de poder, sedução, perfeição são tão eficientes na arte de analisar “o outro”, aprimoram tanto a percepção do ambiente externo – considerado hostil - que deixam o ser humano vazio de seu bem mais preciso: Si Mesmo!
O empenho em seduzir e liderar virou uma patologia social tão grande, que até Freud, se visse, reviraria de susto no divã. Atualmente não são apenas suas conquistas materiais que dizem sobre você, mas também a quantidade de pessoas que você entrelaçou levianamente na sua teia para benefício do seu próprio ego.
Vale usar o Blackberry, o email, o twitter... só não vale dizer a verdade! Só não vale construir relações que exijam entrega, compreensão e fidelidade, porque isso dá muito trabalho...!!!
Diversão, queridos, é um meio. Dinheiro também. Achar que são um fim é apenas um padrão bem ignorante da mente.
E até mesmo bem antes de eu conhecer qualquer caminho espiritual, tive a sorte de aprender com meus pais valores que alguns bons monges não tem: EDUCAÇÃO! Já que temos dificuldade em aceitar uma divindade absoluta em nosso coração, poderíamos ao menos começar por este princípio básico do bom senso e da boa convivência.
Quem sabe assim diminuiríamos a imensa dificuldade que temos em nos relacionar, e consequentemente, a maior queixa que carregamos no peito: A SOLIDÃO!